Dependências



Dependência Alcoólica

Definição

Foi em 1849 que surgiu o termo “alcoolismo”, foi MagnusHuss que o definiu como “o conjunto de manifestações patológicas do sistema nervoso, nas esferas psíquica, sensitiva e motora, observadas nos sujeitos que consumiam bebidas alcoólicas de forma contínua excessiva, durante longo tempo”.
Mais tarde, a definição de alcoolismo foi reestruturada e o comportamento do alcoólico passou a ser classificado como doença, tendo como base as quantidades de álcool consumidas.
MortonJellinek definiu o alcoólico como todo o indivíduo cujo consumo de bebidas alcoólicas pudesse prejudicar o próprio, a sociedade ou ambos.
A dependência do álcool é uma doença médica e comportamental, com um elevado risco de evoluir de forma crónica. A dependência alcoólica ou alcoolismo é uma doença que se caracteriza pelo consumo regular e contínuo de bebidas alcoólicas, apesar da recorrência repetida de problemas relacionados com o álcool.
O álcool é tóxico para a maioria dos órgãos do corpo e o nível de consumo está fortemente relacionado com o risco mortalidade.
Estima-se que o consumo do álcool provoque cerca de 20% a 50% das cirroses hepáticas, vários tipos de cancro, epilepsia, envenenamentos, acidentes de viação, violência.

Como uma pessoa fica dependente do álcool?

A dependência do álcool acontece como qualquer tipo de dependência, como por exemplo, o tabaco, as drogas ou outro tipo de substâncias.
Quando um indivíduo experimenta o álcool fá-lo apenas socialmente, quando está com os amigos, porque esses mesmos amigos também o fazem. Quando vê que com o álcool consegue sentir-se mais “livre” começa a fazê-lo pontualmente. Isto muitas vezes deve-se ao facto dos problemas económicos, familiares, no trabalho, entre muitos outros.
Depois do individuo começar a faze-lo pontualmente, a necessidade de ingerir álcool começa a ser cada vez maior e os seus problemas tornam-se cada vez maiores, mesmo o individuo não se apercebendo disso.


Como se consegue perceber que uma pessoa é dependente?


  • A pessoa sente necessidade de consumir bebidas alcoólicas
  • Incapacidade de controlar o consumo ao longo do dia.
  • Tolerância ao álcool.
  • Desinteresse em relação a outros assuntos.
  • Continuação do consumo de álcool mesmo depois de se conseguir ver as consequências.


Sinais aos quais se deve estar atento
  


  • Se o individuo bebe muito socialmente.
  • Quando no dia seguinte não tem memoria de nenhum tipo de situação depois de ter ingerido bebidas alcoólicas.
  • Se esconde ou tenta esconder as garrafas das bebidas alcoólicas.
  • Se se irrita ou fica agressivo quando alguém fala sobre a sua dependênciaalcoólica.
  • Se tem medo, comportamentos obsessivos, sentimento de perseguição contra si mesmo ou ciúmes do seu cônjuge.
  • Se sente cansaço, insónias, disfunções sexuais, depressão e ansiedade.


Doenças e Problemas associados

Os efeitos que esta dependência tem nos indivíduos dependem da duração. Mas depende também da quantidade de bebidas ingeridas ao longo de um certo período de tempo.
As pessoas com esta dependência podem sofrer de várias doenças tais como:


  • Alterações sanguíneas – ao nível dos glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas
  • Esofagites – Infeção no esófago
  • Gastrites – Inflamação no revestimento da mucosa do estômago
  • Úlcera péptica – Inflamação no estômago ou na primeira parte do intestino delgado
  • Pancreatite crónica – Inflamação do Pâncreas
  • Esteatose hepática – Acumulação de gorduras no fígado
  • Hepatite alcoólica – Inflamação do fígado devido ao consumo excessivo de álcool
  • Cirrose hepática –É a morte das células do fígado
  • Hipertensão arterial;
  • Cardiomiopatia alcoólica – Problemas no músculo cardíaco, devido ao consumo excessivo de álcool
  • Acidentes vasculares cerebrais (AVC)
  • Alterações dermatológicas;
  • Maior prevalência de tuberculose e de infecções bacterianas;
  • Maior prevalência de cancros a nível de todos os órgãos;
  • Deliriumtremens – Psicose derivado a abstinência do álcool
  • Amnésia
  • Demência


Cuidados preventivos

Não há nenhum modo absoluto de se prevenir o alcoolismo. Porém, o forte apoio da família e as relações sólidas com pessoas que não bebem e os amigos, podem ajudar.
De forma geral, para qualquer tipo de vício, o importante é nunca começar a utilizar a substância causadora da dependência, neste caso o alcoolismo. Isto é muito mais importante para aqueles indivíduos que têm histórico de outros familiares com a dependência,já que a questão da hereditariedade cria uma maior facilidade em se adquirir o alcoolismo ou síndrome de dependência do álcool.

Mitos associados

Posso ficar rapidamente sóbrio se necessário?
O fígado leva cerca de 3 horas para eliminar o álcool de duas bebidas. Nada pode acelerar esse processo.

O álcool é um estimulante
O álcool na verdade é um depressivo, apesar de o seu efeito inicial depressivo diminuir a tensão, as inibições e a ansiedade , parecendo assim um estimulante.

A cerveja é uma fonte de vitaminas
A cerveja contém uma boa quantidade de vitamina B3. Mas é preciso ingerir cerca de 1L de cerveja para garantir um nível normal desta vitamina. A quantidade das outras vitaminas é quase nula.

O álcool favorece o sono
O álcool atrai a sonolência, mas perturba os padrões do sono, levando a um sono muito agitado e pouco descansado

O álcool é um afrodisíaco
A ingestão do álcool faz com que a timidez desapareça. Sendo assim o álcool pode levar a uma fase de excitação. Mas no entanto a função sexual é comprometida.

O álcool aquece
Como provoca a dilatação dos vasos sanguíneos que estão próximos da superfície do corpo, dá a sensação de aquecimento. Mas no entanto acontece exatamente o contrário, existe uma perda de calor.

Tratamento

O método mais simples, para casos mais leves, é a realização de consultas periódicas com uma equipa multidisciplinar experiente (incluindo psiquiatra e psicólogo) e com o apoio da família.
Outro método muito eficaz são os grupos de auto-ajuda, particularmente os alcoólicos anônimos (AA). Os resultados dos AA são difíceis de avaliar, mas aproximadamente um terço permanece sóbrio de 1 a 5 anos, e um terço por mais que 5 anos.
Geralmente, não é necessária a internação para desintoxicação, pois a eficácia não é maior. No entanto, certos casos devem obrigatoriamente ser internados, como por exemplo:


  • Aqueles com delirium tremens;
  • Aqueles que são incapazes de seguir acompanhamento diário;
  • Aqueles que possuem outra doença física ou psiquiátrica que necessita de internação;
  • Aqueles incapazes de tomar medicação por via oral;
  • Aqueles que já tentaram tratamento fora do hospital, sem sucesso.


Existem medicações específicas para o tratamento do alcoolismo, que devem ser prescritas apenas por médicos, tendo eficácia já comprovada pela medicina.

Drogas

É considerada droga toda e qualquer substância que modifica a consciência e provoca dependência. O termo também é destinado aos produtos utilizados em farmácias, tinturarias, etc., incluindo o famoso remédio para a incómoda dor de cabeça.
A droga pode ser natural ou sintética, obtida através de plantas ou minerais específicos, ou produzida em laboratórios, respetivamente.
As drogas lícitastêmpermitidoo seufabrico, comercialização e uso por lei, entre elas estão bebidas alcoólicas e cigarro. Já́ as ilícitastêm a sua produção, uso e comercialização proibidas por lei.


Classificação das drogas segundo a OMS


A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou as drogas pelo seu grau de perigosidade, seguindo critérios como o maior ou menor perigo tóxico, a maior ou menor capacidade de provocar a dependência física, e a maior ou menor rapidez em que esta dependência se estabelece.

Assim, com base nos critérios anteriores, as drogas são classificadas em quatro grupos:

Grupo 1: Ópio e derivados (morfina, heroína, ...);
Grupo 2: Barbitúricos e álcool;
Grupo 3: Cocaína e anfetaminas;
Grupo 4: LSD, canabinóides, tabaco, etc.

No quadro seguinte apresenta-se informação diversa relativa aos efeitos das drogas.






Efeitos das Drogas na Saúde

Os efeitos das drogas podem ser observados em todo o organismo, pois elas afetam o sistema nervoso central e podem causar diversas doenças. Entretanto, elas também afetam negativamente a família e a sociedade.
As drogas ilícitas podem ser classificadas de acordo com seus efeitos no corpo humano, que podem ser:

  •     Drogas estimulantes: aumentam os estímulos nervosos e deixam o indivíduo mais eufórico. Exemplos: cocaína e anfetaminas.
  •     Drogas alucinógenas: provocam sensações falsamente agradáveis. Exemplos: maconha e LSD.

Estes efeitos podem ser percebidos em minutos, mas tendem a durar pouco tempo, e por isso é comum o uso abusivo das drogas em quantidades cada vez maiores.




Doenças Associadas ao uso e consumo de drogas

  • Sida: doença incurável que se pega através do contato direto com o sangue do indivíduo contaminado, como ao partilhar seringa.
  • Doenças venéreas: com o uso das drogas, o indivíduo não se lembra de usar o preservativo e pode ser infectado com doenças como gonorreia e sífilis, por exemplo.
  • Endocardite infeciosa: as drogas injetáveis podem levar micro-organismos, que infetam as válvulas cardíacas e prejudicam seu funcionamento. Além disso, pode aumentar o tamanho do coração, dificultando a passagem de sangue, gerando outras complicações.
  • Enfisema Pulmonar: causado pela presença de pequenas partículas de pó que se instalam nos alvéolos e que dificultam a troca gasosa.
  • Desnutrição: o uso de drogas compromete o sistema que regula a fome e o indivíduo deixa de comer, ficando desnutrido.
  • Comprometimento cerebral: o uso de drogas pode causar lesões permanentes no cérebro e comprometer todo o estado de saúde do usuário.
  • Cirrose e cancro no fígado: diagnosticadas principalmente nos usuários que consomem grandes quantidades de bebidas alcoólicas.
  • Insuficiência renal: devido ao acumular de toxinas no sangue, os rins ficam sobrecarregados e deixam de filtrar o sangue corretamente, gerando a doença.
  • Distúrbios comportamentais: depressão, euforia, perda do sentido da realidade e outras.



Cuidados Preventivos

  • Educação:

É indispensável que as escolas tenham, desde o ensino básico até o ensino superior, professores preparados para educar emocionalmente as crianças e os jovens.

Esta educação deve insistir em:
  • a aprendizagem de como lidar com emoções e sentimentos, através de uma educação emocional, didática e pedagogicamente bem aplicada.
  • promover o autoconhecimento e o espírito crítico e autocrítico, de modo a preparar as crianças e os jovens com as ferramentas fundamentais para enfrentar e lidar com essas situações.
  • promover a capacidade de as crianças e jovens, desde cedo, desenvolverem a sua autorreflexão e análise.



Mitos Associados

Existem muitas ideias ligadas ao consumo de drogas que são vistas como factos, que no entanto nunca foram demonstrados e não passam de mitos que no fundo servem apenas para sossegar as consciências individuais e coletivas.

Mito: “O Álcool não é uma droga”.
O álcool, apesar de ser legal, é uma droga, uma vez que tem efeitos no Sistema nervoso Central, provocando alterações da perceção, da motricidade, dos reflexos, da capacidade de avaliação das situações e pode provocar dependência física e psíquica. Em Portugal calcula-se que existam mais de meio milhão de alcoólicos crónicos.


Mito: “Beber pouco não afeta as capacidades para a condução”.
Não é verdade. Mesmo pequenas quantidades de bebidas alcoólicas têm efeitos ao nível da capacidade de concentração, da atenção, da motricidade e do tempo de reação. Para além disso, esta diminuição das capacidades não é percebida pelo consumidor que muitas vezes até julga que estão aumentadas.


Mito: “As saídas em grupo só são divertidas se toda a gente se embebedar”.
A capacidade de as pessoas se divertirem tem a ver com o convívio que se estabelece entre elas, os laços que se criam, o contexto em que os encontros acontecem e não com o consumo de substâncias psicoativas.

Mito: “Fumar Tabaco faz mais mal do que fumar haxixe”.
De um modo geral fuma-se haxixe misturado com tabaco, pelo que os efeitos da nicotina são acrescidos aos efeitos das diversas substâncias que compõem o haxixe, como a goma arábica e outras, que têm efeitos nocivos ao nível pulmonar.

Mito: “O Haxixe dá sempre sensação de bem-estar”.
Não é sempre assim. Com alguma frequência o consumidor somatiza e amplia angústias e estados de espírito e a experiência pode não ser muito agradável, podendo ocorrer ansiedade, ataques de pânico e paranoia.

Mito: “Com o Haxixe não se corre o risco de ficar dependente”.
Embora o Haxixe aparentemente não induza dependência física, alguns fatores individuais e sociais podem levar à necessidade de um consumo compulsivo e à dependência psicológica.


Mito: “Os heroinómanos acabam por ficar completamente degradados (na rua, a arrumar carros, na prostituição, ...)”.
Apesar de muitos consumidores de Heroína entrarem em processos de degradação e desestruturação, existem muitos que estão integrados social e profissionalmente, sem sinais evidentes desses consumos.

Mito: “Quando não se injeta Heroína, o risco de ficar dependente é menor”.
A dependência ocorre qualquer que seja o modo de consumo de Heroína.

Mito: “A Heroína dá paz de espírito e ajuda a resolver problemas”.
Mesmo que no início o consumo de heroína possa aliviar as tensões internas, proporcionando bem-estar, a verdade é que esse consumo mais cedo ou mais tarde leva a estados de dependência e mal-estar que podem desencadear uma série de problemas de âmbito pessoal e social.

Mito: “A Heroína é a droga dos pobres e excluídos”.
O consumo de Heroína atravessa todos os estratos sociais. As razões que estão na base dos consumos dependem fortemente de aspetos psicológicos, relacionais e outros.

Mito: “As pastilhas são inofensivas porque não causam dependência física”.
Embora não provoquem dependência física, o seu consumo pode levar à existência de dependência psicológica, ou seja, uma necessidade compulsiva de consumo, que pode ser facilitado pelos contextos de diversão.

Mito: “Todas as pastilhas são ecstasy  (MDMA)”.
Não é verdade. Um dos problemas do consumo de pastilhas advém do facto de não se saber que substâncias contêm. Investigações laboratoriais demonstram que a grande maioria das pastilhas não contêm MDMA (ecstasy) mas sim outras substâncias cujos efeitos podem ser inesperados e de difícil controlo.

Mito: “Desde que não se abuse não há problema em beber álcool e tomar pastilhas.
A mistura de álcool e pastilhas pode ser bastante prejudicial para a saúde. Por um lado, ao nível da desidratação que pode provocar, pois ambas as substâncias são desidratantes, e por outro as consequências que pode ter ao nível cardíaco pois o álcool tem efeitos depressores e as pastilhas são estimulantes, sendo esse efeito antagónico.

Mito: “A cocaína aumenta a performance intelectual”.
A cocaína é um estimulante do Sistema Nervoso Central que permite realizar actividades num ritmo acelerado, muitas vezes confundido com um aumento de rendimento e de capacidades intelectuais. Com o consumo continuado aparece um efeito paradoxal de depressão que pode desencadear paranóia e mesmo psicoses.

Mito: ”Quem consome drogas fá-lo porque tem problemas”.
Mas o facto é que toda a gente tem os seus problemas, e por vezes graves, e a maior parte das pessoas não consome drogas. Muitos procuram nas substâncias um efeito “mágico” que lhes proporcione lidar com a realidade sem sofrimento. A verdade é que os problemas não desaparecem, as substâncias não resolvem nada e com o consumo de algumas substâncias os indivíduos perdem a capacidade de lidar com o real.

Mito: “Para largar as drogas basta ter força de vontade”.
A força de vontade ou a motivação é realmente uma condição indispensável para o início do tratamento. Contudo, é fundamental o acompanhamento técnico adequado para que a mudança seja duradoura.

Mito: “Tomar drogas provoca a Sida”.
Não é o consumo em si que provoca doenças como a sida e as hepatites, mas sim comportamentos associados aos consumos, como por exemplo a partilha de seringas, algodões, tubos ou qualquer material utilizado para o consumo, as relações sexuais desprotegidas e os contactos com sangue contaminado.


Tabaco

O consumo de tabaco induz dependência física e psicológica na grande maioria dos consumidores, constituindo, atualmente, a primeira causa de morbilidade e de mortalidade evitáveis, afetando todo o organismo humano. Existe hoje suficiente evidência de que o consumo de tabaco é fator causal de cancro em diferentes localizações, de doenças respiratórias crónicas e de doenças cardiovasculares, para além de outros efeitos no aparelho gastrointestinal, na saúde reprodutiva, no sistema endócrino, na saúde ocular, na saúde óssea e no envelhecimento da pele. O consumo de tabaco está também associado aos problemas de saúde mental. Os fumadores apresentam piores indicadores de saúde do que os não fumadores e uma esperança de vida menor. Cerca de metade dos fumadores regulares morre em resultado do consumo de tabaco, um quarto dos quais nas idades compreendidas entre os 25 e os 69 anos.


Efeitos sobre a saúde e doenças associadas


O consumo de tabaco é atualmente responsável por cerca de 5 milhões de mortes anuais, constituindo a primeira causa de morbilidade e de mortalidade evitáveis nos países desenvolvidos. Os fumadores perdem em média dez anos de esperança de vida, que podem ser recuperados se o fumador parar de fumar. As principais doenças são:
  • Câncer de pulmão
  • Câncer de boca
  • Câncer de laringe
  • Câncer de estômago
  • Leucemia
  • Infarto do miocárdio
  • Enfisema nos pulmões
  • Impotência sexual
  • Bronquite
  • Trombose vascular
  • Redução da capacidade de aprendizado e memorização (principalmente em crianças e adolescentes)
  • Catarata
  • Aneurisma arterial
  • Rinite Alérgica
  • Úlcera do aparelho digestivo
  • Infecções respiratórias
  • Angina



Cuidados Preventivos

A prevenção contra o tabagismo inclui a prevenção da iniciação ao hábito de fumar, a eliminação das fontes de exposição involuntária ao fumo do tabaco, e o apoio/promoção aos programas de abandono do tabaco. Isto implica que, para além do médico, têm responsabilidades nesta área as forças culturais, sociais e políticas.
A educação tem aqui um papel importante na prevenção pois o ideal é não começar a fumar. A promoção da saúde deve começar cedo e na escola e nos locais de trabalho. Como é pouco frequente o hábito de fumar começar depois dos 18 anos, a prevenção primária durante a infância e a adolescência será essencial para reduzir o número de fumadores.



Mitos Associados

Mito: Fumar um cigarro relaxa e alivia o stress
O tabaco não tem propriedades relaxantes. A aparente sensação de "alívio" que se sente ao fumar um cigarro deve-se à supressão dos sintomas de abstinência produzidos pela falta de nicotina no cérebro...

Mito: Os cigarros baixos em nicotina não são perigosos, nem cancerígenos
Ainda que os cigarros baixos em nicotina e alcatrão sejam menos nocivos...


Mito: É certo que o tabaco polui o organismo, mas se já há tanta poluição (carros, fábricas,...) para quê preocuparmo-nos?!
Mas como esquecer, por exemplo, que o tabaco está envolvido num terço de todos os cancros diagnosticados?

Mito: O tabaco não produz dependência... posso deixar mal queira!
A dependência do tabaco é difícil de tratar e deixar de fumar é um assunto muito sério... Quantas pessoas todos conhecemos que tentaram e não conseguiram? Pois...

Mito: As pessoas passam muito mal quando tentam deixar de fumar. É pior que as doenças que o tabaco causa!
É certo que, no início, quando se tenta deixar o tabaco, a dependência da nicotina causa mau-estar, mas essa é uma sensação temporária. Por outro lado, os benefícios são muito evidentes e aparecem poucos dias depois de abandonar o consumo.

Mito: Deixar de fumar implica começar a engordar...
Este mito habitualmente utilizado para justificar a opção de não deixar os consumos... mas não é, necessariamente, verdade!

Mito: Deixar de fumar é quase impossível!
Deixar de fumar é difícil mas, como em qualquer outra adição, é possível! Actualmente, existem uma ampla gama de tratamentos e terapêuticas que ajudam a deixar de fumar.


Tratamentos


1.Dos sintomas da síndrome de abstinência

Quando o fumante para de fumar, pode apresentar alguns sintomas desagradáveis, tais como: dor de cabeça, tonteira, irritabilidade, agressividade, alteração do sono, dificuldade de concentração, tosse, indisposição gástrica e outros. Esses sintomas caracterizam a síndrome de abstinência da nicotina, porém, não acontecem com todos os fumantes que param de fumar. Quando acontecem, tendem a desaparecer em uma a duas semanas (alguns casos podem chegar a 4 semanas).

Alguns dos sintomas, como dor de cabeça, tonteira e tosse são sinais do restabelecimento do organismo sem as 4.720 substâncias da fumaça do cigarro.

O sintoma mais intenso, e mais difícil de se lidar é a chamada "fissura" (grande vontade em fumar). É importante saber que a "fissura" geralmente não dura mais que 5 minutos, e tende a ficar mais tempo que os outros sintomas. Porém, ela vai reduzindo gradativamente a sua intensidade e aumentando o intervalo entre um episódio e outro.

2.Da recaída

A recaída se caracteriza pelo retorno ao consumo de cigarros após parar de fumar, e não deve ser encarada como fracasso. Comece tudo novamente e procure ficar mais atento ao que fez você voltar a fumar.

Muitos fumantes que deixaram de fumar fizeram, em média, de 3 a 4 tentativas até parar definitivamente.

3.De engordar

Se a fome aumentar, não se assuste, é normal um ganho de peso, pois seu paladar vai melhorando e o metabolismo se normalizando. De qualquer forma, procure não comer mais do que de costume. Evite doces e alimentos gordurosos. Mantenha uma dieta equilibrada com alimentos naturais e de baixa caloria, frutas, verduras, legumes etc. Atividade física também ajuda no controle do peso. Beba sempre muito líquido, de preferência água e sucos naturais. No início, evite café e bebidas alcoólicas, pois eles estimulam a vontade de fumar.

O mais importante é escolher uma data para ser o seu primeiro dia sem cigarro. Este dia não precisa ser um dia de sofrimento. Faça dele uma ocasião especial e procure programar algo que goste de fazer para se distrair e relaxar.



Escolha um método para deixar de fumar

Método de Parada Imediata: neste método você marca uma data em que deixará de fumar, independente do número de cigarros fumados diariamente. Quando chegar o dia escolhido, você não deverá ter cigarros, porque essa medida diminuirá os riscos de, diante de uma forte vontade de fumar, você acender o cigarro por tê-lo perto.

Parada Gradual: reduzindo o número de cigarros. Por exemplo: Um fumante de 30 cigarros por dia, no primeiro dia fuma os 30 cigarros usuais.

no segundo, 25
no terceiro, 20
no quarto, 15
no quinto, 10
no sexto, 5

O sétimo dia seria a data para deixar de fumar e o primeiro dia sem cigarros.
Retardando a hora do primeiro cigarro. Por exemplo: no primeiro dia você começa a fumar às 9 horas.

no segundo às 11 horas
no terceiro às 13 horas
no quarto às 15 horas
no quinto às 17 horas
no sexto às 19 horas

no sétimo dia seria a data para deixar de fumar e o primeiro dia sem cigarros.
A estratégia gradual não deve durar mais de duas semanas, pois pode se tornar uma forma de adiar, e não de parar de fumar. O mais importante é marcar uma data para que seja seu primeiro dia de ex-fumante. Lembre-se também que fumar cigarros de baixos teores não é uma boa alternativa. Todos os tipos de derivados do tabaco (cigarros, charutos, cachimbos, cigarros de Bali, cigarrilhas, narguilé, etc) fazem mal à saúde.






Dependência da Internet

A Dependência da Internetresume-se à incapacidade da pessoa em controlar o uso e o envolvimento crescente com a Internet e com os assuntos afins, o que faz com que aconteça uma perda crescente do controlo e do aumento do desconforto emocional.
Isto faz com que aconteçam efeitos sociais negativos: as pessoas que passam horas excessivas na Internet, muitas vezes utilizam-na como se fosse a única maneira de aliviar a tensão e a depressão. Podem desenvolver problemas sociais graves pois, muitas vezes, não conseguem dormir por querer estar sempre online.
O principal critério para identificarmos algum transtorno é o sofrimento. Para podermos caracterizar uma dependência de computador ou internet é preciso que a pessoa tenha algum tipo de sofrimento direto ou indireto relacionado ao computador durante bastante tempo, como alguns meses. E a pessoa também tem que sentir grande dificuldade em se livrar desse hábito. Se esse for o caso, se a pessoa achar que há alguma coisa errada na sua vida devido ao fato de usar bastante o computador, podemos pensar que ela é viciada em computador, informática ou internet.



Quais os sinais de uma pessoa dependente?



Existem vários sinais que se manifestam numa pessoa dependente da Internet:
·         Preocupação excessiva com a Internet
·         Necessidade de passar mais tempo online para ficar menos preocupado
·         Exibir esforços repetidos para diminuir o tempo de uso da Internet
·         Apresentar irritabilidade e/ou depressão
·         Quando o uso da Internet é restringido, apresenta fragilidade emocional
·         Permanecer mais online do que o programado
·         Ter o trabalho e as relações familiares e sociais em risco pelo uso excessivo
·         Mentir aos outros a respeito da quantidade de horas conectadas


Problemas relacionados com a dependência da Internet


Podemos usar o computador de diversas maneiras: como ferramenta de trabalho ou de estudo, ou ainda como meio de diversão, ou como forma de comunicarmos com os nossos amigos e contatos pessoais ou profissionais. O problema não está no que fazemos quando estamos no computador, mas sim quando eles se tornam a única coisa que fazemos na nossa vida.


A nível social


Uma pessoa que usa o computador até altas horas da madrugada e não consiga acordar a tempo para o trabalho provavelmente perde o emprego.
Uma pessoa que fala mais com os seus amigos pelo Skype e Facebook ao invés de pessoalmente, não consiga interagir muito socialmente.
Uma pessoa que trabalha oito horas por dia com o computador, e passe mais 6 horas em casa no computador, não consegue ter uma vida social.


A nível físico/ fisiológico

Apesar dos riscos físicos envolvidos na dependência da Internet serem menores do que nas dependências de substâncias, continuam a ser notáveis. Geralmente, indivíduos dependentes utilizam a Internet aproximadamente entre 40 a 80 horas por semana. As consequências físicas são inúmeras: alteração dos padrões de sono (devido a log-ins até altas horas), fadiga excessiva, enfraquecimento do sistema imunitário (causando uma maior vulnerabilidade a doenças), falta de exercício adequado (devido ao carácter sedentário do uso da Internet), todos estes problemas podem levar a problemas físicos mais graves como problemas de costas e olhos e deterioração dos hábitos alimentares, nomeadamente saltar refeições e aumento do consumo de fast-food, que pode levar a obesidade.


A nível psicológico e comportamental


Relativamente à área do funcionamento psicológico, vários estudos procuram estabelecer uma relação entre o uso patológico da Internet e sintomas depressivos, de ansiedade e de solidão. Quando os indivíduos passam mais tempo online do que com as pessoas “reais”, os sentimentos de depressão e solidão tornam-se mais acentuados, o que piora cada vez mais o seu bem-estar psicológico.
Alguns estudos identificam sintomas crescentes de depressão em utilizadores abusivos da Internet e que as pessoas dependentes deste meio reportam experienciar maior solidão do que as restantes pessoas.
No que diz respeito ao carácter anónimo das relações estabelecidas na Internet, o indivíduo consegue experimentar novas formas de estar e de ser, através da adopção de uma nova identidade, sem que tenha de ser socialmente essa mesma identidade. Sendo assim, a consequência psicológica resultante é a incapacidade de o indivíduo de se inserir na realidade, ganhando um sentimento de estranheza face ao mundo, que, por sua vez, poderá conduzir a uma diminuição do controlo subjectivo.


Sites mais visitados na Internet


Existem milhões de sites na Internet, mas estes são os que mais interessam aos internautas:

  • Facebook.com: 836,7 milhões de visitas 
  • Google.com: 782,8 milhõesde visitas
  • YouTube.com: 721,9 milhõesde visitas
  • Yahoo.com: 469,9 milhõesde visitas 
  • Wikipedia.org: 469,6 milhõesde visitas 
  •  Live.com: 389,5 milhõesde visitas 
  • Microsoft.com: 271,7 milhõesde visitas
  • MSN.com: 254,1 milhões de visitas 

“Tratamento”


Não adianta proibir a pessoa de usar o computador, pois o sofrimento vai continuar ou pode até piorar com a abstinência. O importante é procurar a ajuda de um profissional, tal como um psicólogo que pode ajudar a pessoa a adquirir novos hábitos de vida, tal como não usar tanto tempo o computador.
Todo o vício pode ser combatido, até o do computador. Mas é importante lembrar que a pessoa que é viciada precisa antes de tudo de reconhecer que tem um problema e que quereajuda. Esse processo, porém, pode demorar. O apoio dos amigos e dos familiares é extremamente importante nestes casos. Também é importante encontrar força para reconhecer o problema e coragem para querer mudar.

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